segunda-feira, 7 de março de 2011

Segundo a Cultura Maia-Inca,Deuses...mistérios...
 


Todos os planetas têm 7 raças e 7 sub-raças.

Nosso planeta Terra já deu 5 raças, faltam duas.
Depois das 7 raças e já transformada pelos cataclismos, converter-se-á a Terra através dos milhões de anos em uma nova Lua.
Toda vida involucionante e evolucionante veio da Lua. Quando a grande vida abandonou a Lua, esta morreu e converteu-se em deserto. Na lua também existiram 7 raças cada uma com suas 7 sub-raças. A alma lunar, a vida lunar está atualmente involucionando e evolucionando em nosso planeta Terra. ASSIM É COMO REENCARNAM-SE OS MUNDOS.

Os astecas dizem que os homens da primeira raça foram gigantes extraordinários de cor negra, muito civilizados. Uma raça andrógina; assexual, semi-física, semi-etérica. Os indivíduos podiam reduzir seu tamanho ao de uma pessoa normal da atual raça Ária. Os rituais e sabedoria foram portentosos. A barbárie não existia naquela época. Esta raça divina foi devorada pelos tigres da sabedoria.

O REGENTE DESTA RAÇA FOI O DEUS TESCATLIPOCA. Cada indivíduo era um mestre de sabedoria. A reprodução realizava-se por ato fissíparo, o qual é similar ao sistemas de reprodução das células orgânicas mediante o processo dedivisão celular. Assim como o organismo pai-mãe; dividia-se em dois. O filho andrógino continuava sustentando-se por um certo tempo do pai-mãe. A primeira raça viveu na Ilha Sagrada, situada na calota polar Norte. TODAVIA EXISTE A REFERIDA ILHA PORÉM EM ESTADO DE JINAS, DENTRO DA QUARTA
VERTICAL.


A SEGUNDA RAÇA: Foi governada por QUETZALCOALTL, foi a humanidade hiperbórea. A Segunda raça degenerou-se convertendo-se em símios, antepassados dos atuais macacos. Reproduziam-se pelo processo de brotação, tão comum entre os vegetais. Do trono brotam muitos ramos. Foram arrasados por fortes furacões.
 

A TERCEIRA RAÇA: Foi a raça lemuriana que habitou o que é hoje o Oceano Pacífico. Pereceram pelo sol de chuva e fogo (vulcões e terremotos). Essa raça era governada pelo deus asteca TLALOC. A reprodução era por gemação. A Lemúria foi um continente muito extenso.
Os lemurianos que degeneraram-se tiveram mais tarde rostos semelhantes aos dos pássaros. Por isso os selvagens, recordando a tradição, adornam-se com plumas em suas cabeças.

A QUARTA RAÇA: Foram os atlantes. Esteve sob a regência do deus asteca ATONATIUH. Terminou com uma grande inundação. As tribos pré-colombianas da América são seus descendentes, assim como os chineses primitivos, os primitivos egípcios, etc.
 
QUINTA RAÇA: ÁRIA. Somos nós. Terminará com um grande cataclismo.
Está perfeitamente descrito no Ahau KATUN, que é o décimo terceiro que se conta; CABALIXBACH; CHACHALACA, povoado KINCHIL COBA. CHACHALACA de ROSTO SOLAR, é o assento do décimo terceiro KATUN “Enegrer-se-á o ramalhete dos senhores da terra pela universal justiça dos Deuses do Céu, Nossos Senhores”. “Voltar-se-á o sol, voltar-se-á o rosto da lua”. E o final de uma Era se torna vigente ao olhos daqueles que nada querem ver.
“Será o tempo em que se levantam os homens de dois dias, (os julgadores da verdade) no rigor da lascívia; filhos de maus e perversos, cúmulo de nossa perdição e vergonha”.
Dedicados serão nossos infantes a “flor de maio” e não haverá vem para nós. “Será origem de morte pelo mau sangue ao sair da Lua, e ao entrar a Lua cheia
acontecerá o sangue inteiro”. “Também os astros bons luzirão sua bondade sobre os vivos e sobre os mortos”.
Isto diz textualmente o livro dos livros de CHILAM BALAM, jóia sagrada do povo maia.

SEXTA RAÇA: CORADI. Sairá depois do cataclismo da quinta raça, viverá numa terra transformada. (PS: Coincidência ou não,meu verdadeiro sobrenome é Flávia Coradi e não Koradh,como eu escrevo rsrs..adotei esse mas o verdadeiro é Coradi...e coincidência ou não²..rs...uma vez uma cigana encorporada em uma médium de umbanda..havia dito que eu teria vindo do povo maia-inca...e deveria me aprofundar nessa cultura..rsrs,me lembrei disso quando li isso..mas coincidência...ou não?!...)

SÉTIMA RAÇA: Será a última. Necessário falar-se das 7 Rondas Planetárias:
Depois destas sete raças a Terra converter-se-á em uma nova Lua. Na primeira ronda, nossa Terra foi criada com matéria do plano mental. Na Segunda ronda, nossa Terra condensou-se na forma etérea e na atual ronda, a Terra cristalizou-se na forma física e química. É urgente saber que a terra físico-química evoluciona sob as leis do Carma planetário. A futura quinta ronda desenvolver-se-á no mundo etérico. A Sexta ronda, no mundo astral e a sétima ronda no mundo mental. Depois virá a grande NOITE CÓSMICA.


 

Na primeira ronda as evoluções foram muito pobres, o mesmo acontecendo na
segunda e na terceira. O fogo rendeu pouco nessas três precedentes rondas planetárias. O resultado temos observado esta quarta ronda onde vivemos. Causa espanto o homem lucífero desta quarta ronda. O fogo planetário, pouco desenvolvido e sobrecarregado de Carma planetário devido aos poucos rendimentos das rondas precedentes, produziu neste nosso mundo físico uma evolução lenta e pesada, terrível.
As três rondas anteriores deram pouco resultado devido ao Carma planetário. Os Deuses da natureza trabalharam muitíssimo para criar seres auto-conscientes. Os deuses tiveram que fazer difíceis experimentos nos laboratórios da
Natureza. Embora, seja bom saber, que a luta dos deuses para criar o homem, ainda
não terminou. Todavia o ser humano, o chamado humano, tem que renunciar muito ou
estará nos jardins zoológicos do futuro.
O reino de Malchut é um filtro terrível, quem desejar livrar-se dessa roda fatal
do Samsara, tem que dissolver o ego e encarnar sua alma. Raros são os que o
conseguem.

 O resíduo deste filtro é o comum e corrente e a este leva o homem ao abismo, o
ouro, o seleto, o homem verdadeiro é aquele que tem encarnados sua alma e seu
espírito e depois da morte vive desperto nos mundos internos.
A Natureza é implacável e o nascimento de um anjo-homem custa milhões de
vítimas. “Muitos são os chamados e poucos são escolhidos”.
Aqueles que sustentam que o homem vem do macaco, estão totalmente
equivocados. Realmente é o macaco que vem do homem. A transformação das
espécies e as evoluções darwinistas são falsas. Ninguém viu nascer uma nova espécie.
Realmente, todas as espécies viventes, são excepcionais ou exceções de algumas
poucas, são resíduos viventes do reino humano.
O homem atual descende dos gigantes anti-diluvianos, como anteriormente
explicamos. Toda raça tem sete sub-raças. A semente de nossa raça ariana, é nórdica,
mas ao mesclar-se com os sobreviventes atlantes deu origem as sub-raças do tronco
Ário.  

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

                         CARTA DE UMA BRUXA



Eu sou uma bruxa. Não trabalho para o demônio, não estou interessada no Satã. Satã foi inventado pelos cristãos. Satanismo é uma forma de cristianismo. Eu não sou um cristão.
Eu não vou a igreja aos domingos. Eu não temo ir para o inferno porque eu acredito no inferno tanto quanto acredito no Satã.
Eu acredito em reencarnação; que voltarei para este mundo ou outro, e viverei outra vida.
Eu não sou má. Dizer as pessoas que eu sou uma “boa bruxa” ou perguntar me se sou uma boa bruxa implica que há más bruxas. 
Há pessoas más no mundo , e há pessoas que escolhem usar com as forças da natureza no propósito para fazer mal aos outros; essas pessoas não são bruxas. A lei principal da bruxa é “Faça o que quiseres sem a ninguém prejudicar”.
Por favor não me pergunte sobre sacrifício de gatos ou profanação igrejas. Eu amo meus gatos. E eu não vou a igrejas e sinagogas a menos um amigo de outra religião me convide para uma ocasião especial. E se tenho que entrar numa igreja, eu não vou sofrer um “ataque divino”. E se um cristão, ou um Judeu, ou um budista vem a um ritual pagão, nossos deuses não atacarão até morrer. Não é isso algo a se pensar?
Vestir um pentáculo não é diferente que vestir uma cruz, crucifixo ou uma estrela de Davi. Se você quer que eu retire o símbolo da minha religião (e Wicca é uma religião, protegida pela mesma Primeira Emenda dos Direitos como outras religiões.) por que é ofensivo, você precisa fazer com que cada um de cada religião o faça também. Os cinco pontos da estrela simbolizam os cinco elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, e o quinto ponto é o Espírito. Circundado pelo Mundo. Como que pode ofender, não dá para imaginar. Uma imagem de um torturado, um homem agonizando é mais ofensiva, e mesmo assim, milhares de pessoas usam crucifixos todo dia.
Também, não me pergunte se eu estou num coven com aquele jeito horripilante, meio aquele tom de voz “fascinada”. Se eu quero falar sobre meu coven, eu irei educá-la. Se sou um praticante solitário, eu não tenho coven para discutir.
Em qualquer caso, em nossos rituais temos velas, comida, bebida, poesias, dança…sim, há uma faca, mas ela só corta o ar, e não carne de alguém.
Eu não bebo sangue. Não sou a mesma coisa que vampiro. Eu visto preto porque isso mantém a negatividade fora e porque fica melhor em mim que laranja e bolinhas roxo/púrpura.
Se você quer me perguntar algo relacionado a minha religião, pergunte-me quando a próxima lua cheia vai chegar. Ou melhor, quando a próxima lua azul vai chegar. Ou pergunte o que a lua azul. E Pergunte-me sobre ervas. Cristais. Curas. As vezes me pedem para fazer uma poção do amor. Mas eu não lanço feitiços em outras pessoas e não lançarei um feitiço em você para ficar linda, magra, mais atraente . E eu não vou lançar um feitiço no seu “desejado” para fazer ele te amar . Acredite-me, você não quer isso. Isso é forma de manipulação , mandar em alguém , infringe na sua liberdade. Não é bom para ninguém.
E também não vou lançar um feitiço para alguém parar de fazer algo contigo. Magia funciona como uma co-criação. Uma bruxa funciona com energia universal, com os deuses, “inclinando” a máquina de probabilidade para algo.
probabilidade para algo.
Precisa de dinheiro? Não tente enfeitiçar seu chefe a dar um aumento. Simplesmente peça ao Universo que aumente os “fluidos” de abundância e prosperidade em sua direção . Isso não afeta ninguém.
Última coisa; dar-me um livro sobre a inquisição é como dar um livro sobre o Holocausto a um judeu. Não é engraçado, é rude.
Por favor não tente me deixar envergonhada com o que faço ou o que sou. Por favor não tente me converter ou me “salvar”. Não atire água benta em mim.
Não me deixe “santinhos” sobre minha mesa ou pára-brisa. Eu não necessito ser salva.
Nós somos orgulhosas pelo fato de não precisarmos recrutar pessoas para serem bruxas. Nós simplesmente somos, e todos a nossa volta nos verão como pensamos, como agimos, na nossa paz interior, e só quando uma pessoa diz “como faço para me tornar um bruxa?” nós fazemos ela adentrar conosco.
Eu nunca irei deixar uma propaganda da religião com alguém. Eu não tenho uma propaganda, a não ser que considere esta carta como uma. E eu não estou interessada em convertê-lo. Eu só peço a você que me compreenda. E se não quiser me compreender, apenas me deixe sozinha.
Abençoados sejam,
Uma bruxa
         A  ORIGEM DA MAGIA ELEMENTAL,A BUSCA PELOS MISTÉRIOS DO OCULTO,A MAIS ANTIGA RELIGIÃO...

 



  A  Bruxaria desenvolveu-se em diversas culturas e diversas épocas ao redor do mundo.
   Temos desde a Bruxaria na "Pré-História" (quando os homens desenhavam o animal nas cavernas achando que assim capturariam-lhe a alma antes da caçada e as mulheres maceravam ervas buscando a cura), passando pela Bruxaria na História Antiga (Grécia, Roma, Egito), a Bruxaria Medieval (uma transição fantástica e cruel entre a Antiga Religião e o Catolicismo, através das Inquisições), a Bruxaria nas sombras durante o Iluminismo e o renascimento da Bruxaria, no século XX. Como podem ver, é uma longa história.

BRUXARIA se utiliza da magia natural para obter fins específicos e existe desde os primórdios da humanidade. 

 
A Bruxaria é pagã. Quando dizemos pagão, estamos nos remetendo à origem do termo, que vem do latim pagani. Pagani significa "morador do campo" ou "aquele que vive do campo". Esse foi o termo usado pela Igreja Católica para classificar os povos que moravam no campo e celebravam as colheitas e os ciclos do Sol e da Lua.
Vale lembrar que tais pessoas dependiam essencialmente da Natureza para sobreviver. Assim, para eles era comum festejar uma colheita que vinha farta e trazia comida para todo o inverno, pois isso significava vida para eles.
Esses povos não eram católicos nem cristãos, não por se oporem a essas religiões, mas por suas crenças serem milhares de anos mais antigas. Eram as crenças deles, apenas, e diferiam das crenças cristãs assim como o Budismo ou o Hinduísmo diferem.
O Paganismo seria, então, o modo de viver dos povos pagãos, lembrando que usamos o termo pagão para classificar toda e qualquer pessoa que celebre a Natureza e seus ciclos. A Bruxaria é apenas uma das inúmeras vertentes pagãs.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

BOATOS, MEDOS, O REAL E O IRREAL



“Deuses? Um só Deus? Uma Grande Mãe? Um Deus Cornífero? Será que ele não é meeeesmo o diabo? Demônios existem? E espíritos malignos? São várias deusas ou uma só com diversas faces? Fomos criados por extraterrestres ou através da evolução natural? Socorro, já não sei mais em que acreditar!”
Sabem por que eu gosto da Bruxaria? Sabem por que, depois de tantos anos, e mesmo com um milhão de perguntas nessa cabecinha teimosa, eu ainda me considero uma bruxa? Porque a Bruxaria se baseia no que é real. Independente do que tradições específicas tenham como crenças, a base da Bruxaria é a prática mesmo – ok, existe uma montanha, uma flor, um cachorro – como interajo com isso, com a Natureza? E ainda: como aprendo a fluir de acordo com os ciclos existentes, planejando, raciocinando, estudando, vivenciando… caracterizando minha prática como mágica? Isso, para mim, é Bruxaria. E acho fascinante como há tanto a ser descoberto! Como, em séculos, o tarô ainda está aí. Um sistema com as runas, ou mesmo métodos rudimentares de adivinhação. Por que essas coisas ainda funcionam? Por que a figura da bruxa ainda traz medo? Por que as pessoas ainda querem aprender a fazer feitiços? Por que cortamos o cabelo de acordo com a fase da Lua?





Porque tudo isso existe e é real para quem acredita! E não se trata simplesmente de imaginar alguma coisa – nós vemos isso acontecer na Natureza, ao nosso redor, o tempo todo! Praticar BRUXARIA é essencialmente prestar atenção no que está acontecendo e captar semelhanças, similaridades, correspondências. Bruxaria é a arte de ser natural, de viver na Terra, de desfrutá-la sem destruí-la. Não estou pensando em uma divindade – estou vendo a planta que eu plantei crescer! Não importa quem fez isso, ou se alguém fez! Apenas acontece! É real! E a Bruxaria é baseada nisso, portanto, não importam as dúvidas que possamos ter com relação a qualquer coisa. Quando se sentir assim, simplesmente esqueça a coisa da religião e foque no que você vê no seu dia-a-dia, no que você faz, no que você sente. A Natureza é tudo o que nós temos, e se existe algo real nesse mundo, é essa certeza.


Quando estiver em dúvida sobre qualquer questão desse tipo, simplesmente interrompa esse pensamento… e viva! Vá para a cozinha e faça o seu prato preferido. Leia um livro. Passeie no parque. Observe um pássaro pela janela. Ou a Lua. Preste atenção nas necessidades do seu corpo. Limpe sua casa. Tome um banho. Faça coisas reais, porque de blablabla o mundo está cheio. Ninguém precisa disso. Simplesmente viva! Faça de cada dia um bom dia. Não precisa se intitular nada, nem dizer que pertence a esta ou àquela doutrina. Esqueça rótulos. Não estou aqui fazendo apologia à Nova Era ou qualquer manipulação do tipo. Muito pelo contrário. Estou dizendo que o melhor, nesses casos, é simplesmente ser você mesmo(a). Fazer um chá para a dor de cabeça é mais atitude de bruxa(o) que ficar horas discutindo sobre dogmas com pessoas que você não conhece.

Quanto à essas perguntas, quem precisa das respostas? Que diferença elas fazem no seu dia-a-dia? Para mim, sinceramente, nenhuma. Não importa o nome que eu ou você,dê para o que eu faço, contanto que eu faça e que seja coerente de forma natural. Só acredito na Natureza. E é somente nisso que a BRUXARIA  se baseia,a natureza; força e a capacidade de usar o poder dos 4 elementos,a magia elemental. O resto é enfeite.



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

 MALLEUS MALLEFICARUM - MARTELO DAS BRUXAS - INQUISIÇÃO


         Arrastadas de suas casas sem saber ao certo do que estavam sendo acusadas, as bruxas eram despidas e submetidas a um criterioso exame em busca das marcas de Satanás. Sardas, verrugas, um mamilo grande, olhos dissemelhantes ou azuis pálidos eram considerados sinais seguros de que a mulher, principal vítima da perseguição, travara contato com as forças do mal. Informada sobre as suspeitas que pesavam sobre ela, a mulher que resistisse às lágrimas ou murmurasse olhando para baixo, seguramente era uma seguidora dos espíritos malignos. Escaldadas em água com cal, suspensas pelos polegares com pesos nos tornozelos, sentadas com os pés sobre brasas ou resistindo ao peso das pedras colocadas sobre suas pernas, as rés não tardavam a gritar aos seus inquisidores que ´sim, era verdade`, elas sacrificavam animais e criancinhas, evocavam demônios nas noites de lua cheia, e usavam ervas e feitiços para matar e trazer infelicidade aos inimigos. Convencidos pelos argumentos do Malleus malificarum - manual encomendado pelo Papa Inocêncio VIII aos monges dominicanos Heinrich Kraemer e Jacob Sprenger e publicado em 1486 -, o tal Martelo das Bruxas, que dizia "quando uma mulher pensa sozinha, ela pensa maldades", os torturadores respiravam aliviados com a confissão que finalmente poderia reconduzir àquela alma aos braços da cristandade, mesmo que fosse através da queima final de todos os seus pecados nas fogueiras sulfurosas - o enxofre impedia a morte por asfixia, o que abreviaria o sofrimento necessário para purificar seu espírito. Nunca terá lhes ocorrido que sobrenatural seria resistir a tudo isso se negando a concordar com qualquer coisa que lhe dissessem? Provavelmente não, caso contrário o inquisidor Nicholas Remy não declararia atônito a sua surpresa com o fato de "tantas bruxas terem desejo positivo de morte". 
 
 

          Instaurada para identificar e punir os hereges cátaros e sua doutrina de oposição entre o bem do espírito e o mal do corpo, a inquisição foi oficializada em 1233, no papado de Gregório IX. Do momento em que a Igreja declarou que as antigas religiões pagãs eram um ameaça hostil ao cristianismo, em 1320, até a última execução judicial, realizada em território polonês no final do século XVIII, milhares de pessoas, 80% mulheres, foram acusadas, investigadas e punidas com base em denúncias da vizinhança - "a acusação de feitiçaria foi usada em muitas épocas, em muitas sociedades como uma forma de perseguição a inimigos", reconhece o antropólogo Luiz Mott -, que podia lançar sobre qualquer pessoa de hábitos incomuns (moças muito bonitas e solteiras, anciãs que dividiam o lar apenas com animais, ou mães de filhos deficientes, por exemplo) a culpa pela doença do filho, a falta de leite da vaca, ou a ausência de desejo do marido. As chances de escapar sem sofrer qualquer punição eram praticamente nulas, não estavam livres nem os que se negavam terminantemente a acreditar na existência da bruxaria, pois, de acordo com o Martelo das Bruxas, essa era a maior heresia. Assim, degredo, prisão perpétua, peregrinação, suplício, trabalhos forçados, multa ou confisco dos bens - divididos entre a Igreja e o acusador -, eram as possibilidades de destinos da maioria dos réus, que ao fim do processo eram levados às ruas da aldeia para o seu auto-de-fé, onde a multidão alvoraçada saberia a punição a ser aplicada e, se fosse o caso, assistiria à morte dos condenados, fosse pela asfixia rápida da forca ou pelo sofrimento prolongado das chamas, tal qual um espetáculo.