quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

                         CARTA DE UMA BRUXA



Eu sou uma bruxa. Não trabalho para o demônio, não estou interessada no Satã. Satã foi inventado pelos cristãos. Satanismo é uma forma de cristianismo. Eu não sou um cristão.
Eu não vou a igreja aos domingos. Eu não temo ir para o inferno porque eu acredito no inferno tanto quanto acredito no Satã.
Eu acredito em reencarnação; que voltarei para este mundo ou outro, e viverei outra vida.
Eu não sou má. Dizer as pessoas que eu sou uma “boa bruxa” ou perguntar me se sou uma boa bruxa implica que há más bruxas. 
Há pessoas más no mundo , e há pessoas que escolhem usar com as forças da natureza no propósito para fazer mal aos outros; essas pessoas não são bruxas. A lei principal da bruxa é “Faça o que quiseres sem a ninguém prejudicar”.
Por favor não me pergunte sobre sacrifício de gatos ou profanação igrejas. Eu amo meus gatos. E eu não vou a igrejas e sinagogas a menos um amigo de outra religião me convide para uma ocasião especial. E se tenho que entrar numa igreja, eu não vou sofrer um “ataque divino”. E se um cristão, ou um Judeu, ou um budista vem a um ritual pagão, nossos deuses não atacarão até morrer. Não é isso algo a se pensar?
Vestir um pentáculo não é diferente que vestir uma cruz, crucifixo ou uma estrela de Davi. Se você quer que eu retire o símbolo da minha religião (e Wicca é uma religião, protegida pela mesma Primeira Emenda dos Direitos como outras religiões.) por que é ofensivo, você precisa fazer com que cada um de cada religião o faça também. Os cinco pontos da estrela simbolizam os cinco elementos: Terra, Ar, Fogo e Água, e o quinto ponto é o Espírito. Circundado pelo Mundo. Como que pode ofender, não dá para imaginar. Uma imagem de um torturado, um homem agonizando é mais ofensiva, e mesmo assim, milhares de pessoas usam crucifixos todo dia.
Também, não me pergunte se eu estou num coven com aquele jeito horripilante, meio aquele tom de voz “fascinada”. Se eu quero falar sobre meu coven, eu irei educá-la. Se sou um praticante solitário, eu não tenho coven para discutir.
Em qualquer caso, em nossos rituais temos velas, comida, bebida, poesias, dança…sim, há uma faca, mas ela só corta o ar, e não carne de alguém.
Eu não bebo sangue. Não sou a mesma coisa que vampiro. Eu visto preto porque isso mantém a negatividade fora e porque fica melhor em mim que laranja e bolinhas roxo/púrpura.
Se você quer me perguntar algo relacionado a minha religião, pergunte-me quando a próxima lua cheia vai chegar. Ou melhor, quando a próxima lua azul vai chegar. Ou pergunte o que a lua azul. E Pergunte-me sobre ervas. Cristais. Curas. As vezes me pedem para fazer uma poção do amor. Mas eu não lanço feitiços em outras pessoas e não lançarei um feitiço em você para ficar linda, magra, mais atraente . E eu não vou lançar um feitiço no seu “desejado” para fazer ele te amar . Acredite-me, você não quer isso. Isso é forma de manipulação , mandar em alguém , infringe na sua liberdade. Não é bom para ninguém.
E também não vou lançar um feitiço para alguém parar de fazer algo contigo. Magia funciona como uma co-criação. Uma bruxa funciona com energia universal, com os deuses, “inclinando” a máquina de probabilidade para algo.
probabilidade para algo.
Precisa de dinheiro? Não tente enfeitiçar seu chefe a dar um aumento. Simplesmente peça ao Universo que aumente os “fluidos” de abundância e prosperidade em sua direção . Isso não afeta ninguém.
Última coisa; dar-me um livro sobre a inquisição é como dar um livro sobre o Holocausto a um judeu. Não é engraçado, é rude.
Por favor não tente me deixar envergonhada com o que faço ou o que sou. Por favor não tente me converter ou me “salvar”. Não atire água benta em mim.
Não me deixe “santinhos” sobre minha mesa ou pára-brisa. Eu não necessito ser salva.
Nós somos orgulhosas pelo fato de não precisarmos recrutar pessoas para serem bruxas. Nós simplesmente somos, e todos a nossa volta nos verão como pensamos, como agimos, na nossa paz interior, e só quando uma pessoa diz “como faço para me tornar um bruxa?” nós fazemos ela adentrar conosco.
Eu nunca irei deixar uma propaganda da religião com alguém. Eu não tenho uma propaganda, a não ser que considere esta carta como uma. E eu não estou interessada em convertê-lo. Eu só peço a você que me compreenda. E se não quiser me compreender, apenas me deixe sozinha.
Abençoados sejam,
Uma bruxa
         A  ORIGEM DA MAGIA ELEMENTAL,A BUSCA PELOS MISTÉRIOS DO OCULTO,A MAIS ANTIGA RELIGIÃO...

 



  A  Bruxaria desenvolveu-se em diversas culturas e diversas épocas ao redor do mundo.
   Temos desde a Bruxaria na "Pré-História" (quando os homens desenhavam o animal nas cavernas achando que assim capturariam-lhe a alma antes da caçada e as mulheres maceravam ervas buscando a cura), passando pela Bruxaria na História Antiga (Grécia, Roma, Egito), a Bruxaria Medieval (uma transição fantástica e cruel entre a Antiga Religião e o Catolicismo, através das Inquisições), a Bruxaria nas sombras durante o Iluminismo e o renascimento da Bruxaria, no século XX. Como podem ver, é uma longa história.

BRUXARIA se utiliza da magia natural para obter fins específicos e existe desde os primórdios da humanidade. 

 
A Bruxaria é pagã. Quando dizemos pagão, estamos nos remetendo à origem do termo, que vem do latim pagani. Pagani significa "morador do campo" ou "aquele que vive do campo". Esse foi o termo usado pela Igreja Católica para classificar os povos que moravam no campo e celebravam as colheitas e os ciclos do Sol e da Lua.
Vale lembrar que tais pessoas dependiam essencialmente da Natureza para sobreviver. Assim, para eles era comum festejar uma colheita que vinha farta e trazia comida para todo o inverno, pois isso significava vida para eles.
Esses povos não eram católicos nem cristãos, não por se oporem a essas religiões, mas por suas crenças serem milhares de anos mais antigas. Eram as crenças deles, apenas, e diferiam das crenças cristãs assim como o Budismo ou o Hinduísmo diferem.
O Paganismo seria, então, o modo de viver dos povos pagãos, lembrando que usamos o termo pagão para classificar toda e qualquer pessoa que celebre a Natureza e seus ciclos. A Bruxaria é apenas uma das inúmeras vertentes pagãs.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

BOATOS, MEDOS, O REAL E O IRREAL



“Deuses? Um só Deus? Uma Grande Mãe? Um Deus Cornífero? Será que ele não é meeeesmo o diabo? Demônios existem? E espíritos malignos? São várias deusas ou uma só com diversas faces? Fomos criados por extraterrestres ou através da evolução natural? Socorro, já não sei mais em que acreditar!”
Sabem por que eu gosto da Bruxaria? Sabem por que, depois de tantos anos, e mesmo com um milhão de perguntas nessa cabecinha teimosa, eu ainda me considero uma bruxa? Porque a Bruxaria se baseia no que é real. Independente do que tradições específicas tenham como crenças, a base da Bruxaria é a prática mesmo – ok, existe uma montanha, uma flor, um cachorro – como interajo com isso, com a Natureza? E ainda: como aprendo a fluir de acordo com os ciclos existentes, planejando, raciocinando, estudando, vivenciando… caracterizando minha prática como mágica? Isso, para mim, é Bruxaria. E acho fascinante como há tanto a ser descoberto! Como, em séculos, o tarô ainda está aí. Um sistema com as runas, ou mesmo métodos rudimentares de adivinhação. Por que essas coisas ainda funcionam? Por que a figura da bruxa ainda traz medo? Por que as pessoas ainda querem aprender a fazer feitiços? Por que cortamos o cabelo de acordo com a fase da Lua?





Porque tudo isso existe e é real para quem acredita! E não se trata simplesmente de imaginar alguma coisa – nós vemos isso acontecer na Natureza, ao nosso redor, o tempo todo! Praticar BRUXARIA é essencialmente prestar atenção no que está acontecendo e captar semelhanças, similaridades, correspondências. Bruxaria é a arte de ser natural, de viver na Terra, de desfrutá-la sem destruí-la. Não estou pensando em uma divindade – estou vendo a planta que eu plantei crescer! Não importa quem fez isso, ou se alguém fez! Apenas acontece! É real! E a Bruxaria é baseada nisso, portanto, não importam as dúvidas que possamos ter com relação a qualquer coisa. Quando se sentir assim, simplesmente esqueça a coisa da religião e foque no que você vê no seu dia-a-dia, no que você faz, no que você sente. A Natureza é tudo o que nós temos, e se existe algo real nesse mundo, é essa certeza.


Quando estiver em dúvida sobre qualquer questão desse tipo, simplesmente interrompa esse pensamento… e viva! Vá para a cozinha e faça o seu prato preferido. Leia um livro. Passeie no parque. Observe um pássaro pela janela. Ou a Lua. Preste atenção nas necessidades do seu corpo. Limpe sua casa. Tome um banho. Faça coisas reais, porque de blablabla o mundo está cheio. Ninguém precisa disso. Simplesmente viva! Faça de cada dia um bom dia. Não precisa se intitular nada, nem dizer que pertence a esta ou àquela doutrina. Esqueça rótulos. Não estou aqui fazendo apologia à Nova Era ou qualquer manipulação do tipo. Muito pelo contrário. Estou dizendo que o melhor, nesses casos, é simplesmente ser você mesmo(a). Fazer um chá para a dor de cabeça é mais atitude de bruxa(o) que ficar horas discutindo sobre dogmas com pessoas que você não conhece.

Quanto à essas perguntas, quem precisa das respostas? Que diferença elas fazem no seu dia-a-dia? Para mim, sinceramente, nenhuma. Não importa o nome que eu ou você,dê para o que eu faço, contanto que eu faça e que seja coerente de forma natural. Só acredito na Natureza. E é somente nisso que a BRUXARIA  se baseia,a natureza; força e a capacidade de usar o poder dos 4 elementos,a magia elemental. O resto é enfeite.